sábado, 31 de janeiro de 2009

Tudo muda

No outro dia, uma amiga enquanto eu estava irrequieto porque queria sair para beber um copo, enquanto ela tinha de acabar um trabalho qualquer disse-me, "Vai à prateleira e tira um livro que aí está para crianças que se chama O que é a Felicidade?"

Assim fiz, levantei-me agarrei o livro, vi a capa e a contracapa. "Livro indicado para maiores de 7 anos", escrito por alguem no Norte da Europa, com ilustrações de alguem da Europa Central.

O que é a Felicidade? Vamos ver o que a autora nos diz.

Sou feliz quando tenho o quero.
Sim, mas... precisas de ter bens materiais para seres feliz?
Sim, mas... quando tens o que queres és feliz, ou pões imediatamente de lado esse bem para ires em busca de outro, na procura da felicidade?

Não, sou feliz também porque tenho uma casa.
Sim, mas... a felicidade é apenas estar abrigado?
Sim, mas... a tua casa tem tudo o que precisas?

Não, também tenho uma família.
Sim, mas... procuras ser feliz com outras pessoas fora da tua família, ou a tua família é tudo para ti?
Sim, mas... não existe mais ninguem no Mundo que te faça feliz?


E assim continuava. Acho engraçado ser para maiores de 7 anos. Muitas das coisas que perguntava este livro de perguntas com um capítulo final de explicação são dúvidas que todos temos, aos 7 aos 17, aos 27, aos 37, etc. O livro foi bastante perturbador para mim.

Começei a pensar sou feliz? Sim, acho que sim. Que fiz para ser feliz? Terminei o meu curso? ainda não. Faço sempre o que gosto? Não. Sou infeliz por isso? Não. Tento ser feliz ajudando os meus amigos? Sim. E ajudando outros? Também. Sou infeliz quando me gritam? Depende, às vezes mereço, outras vezes não têm razão para o fazer.
Já fui feliz? Então porque não o sou agora? E quando fui feliz dei valor a essa felicidade? Sim.

Tudo muda. Talvez há uns anos não gostasse tanto de sopa como gosto hoje. Raras são aos coisas que se mantêm uma vida inteira. Verdades axiomáticas, só na matemática.


Continuo, desde míudo, a não gostar de canja de perdiz e a adorar pôr groselha no leite frio ao pequeno-almoço. Felizmente, as coisas que me fazem feliz, ainda não mudaram!

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Com o peso, acabou por cair

"Podia ter-se formado por poeiras ou pólen no ar, ou dentro dum bar devido ao intenso fumo de tabaco, mas não. A solidão invadiu-me, e ela apoiou-me. Fugiu de mim, apareceu aos poucos no canto do meu olho, foi ganhando forma, e ficando cada vez maior, e com o peso acabou por cair. Noutros tempos as lágrimas que saiam eram felicidade, por momentos de euforia. Agora nem sei bem porque são. Talvez melancolia, porque são um misto de tristeza e felicidade. "

Anos mais tarde ao ler as mesmas palavras no diário que tinha escrito, riu-se como se de uma recordação engraçada se tratasse. No fundo sentia saudades daquele tempo. Porque se riu? Estaria melhor agora?