quarta-feira, 28 de maio de 2008

la amistad

Passas anos a criar laços de intimidade com pessoas que associas a ti. Pessoas que por vezes nem têm os mesmos interesses mas que no fundo te fazem sentir bem. Como não existe nada de amoroso, nem sexual nesse contexto passas a chamá-los de amigos.
Antigamente era mais fácil. Não havia tanta informação e era mais fácil encontrar pessoas com interesses comuns. Mesmo nos movimentos underground, onde para quem viveu nesse tempo, as tardes eram passadas a ouvir K7's proíbidas com algo que não sabiamos mas que dava pelo nome de punk.
Hoje, ou sabes de tudo um pouco, ou és mais específico e te dás com um grupo restrito semelhante a ti. Como sempre fui a favor de mudanças, e de uma vida dinâmica sempre vi vários mundos, indo reposar depois ao círculo de amigos onde me inseria. Neste momento sinto-me um extra-terrestre. Sou estranho, perante os da minha espécie, que passaram a ter novos objectivos de vida. E de mim, que ficou? Uma sombra. Perguntam-me que tens feito, mas não esperam para ouvir resposta. Mostram-se interessados, porque estive não sei onde, e estava lá a pessoa x. Mas depois ao tentar manter antigas conversas, o olhar volta de novo, para o que se está a passar mais recentemente. Os que me criticavam pela mudança, são hoje iguais ao que eu outrora fui.
Refugio-me em coisas que gosto, de tudo um pouco, e cultivo-me. Um dia pode ser que as coisas mudem. Pode ser só uma fase. Se assim for, estarei preparado para voltar a sorrir, desde que seja retribuído um sorriso de volta.
Até lá, ouço Velvet underground, que sempre afasta os maus sentimentos.

2 comentários:

Lara Aleluia disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Lara Aleluia disse...

Perguntan-te "como estaS?"
como quem dá mais um passo, sejas TU ou seja o estranho haverá sempre um "como estás?"
Perguntam-te "de onde vens?" ouvem-te com atenção e sorriem. Porque o que se desconheçe é sempre o que tem mais interesse, porque o que foi nosso deixou de ser por culpa deles, e não por culpa nossa, a culpa nunca é nossa...a culpa não é de ninguém! Dizem-te Adeus porque já não sabem mais o que dizer, porque à superficie estamos todos mais protegidos...e na superficie ficamos a experimentar o acaso das colisões de pessoas, sem nunca lhes ver ou conhecer o avesso, sem nunca mergulharmos nos laços não vá um dia termos que discordar e a dor seja maior, vamos antes não arriscar e não tocar em mais nada que não na PELE, essa que está a superficie e nos proteje. Assim nunca vamos ter cicratizes! não crescemos...apenas envelhecemos!***