Ela olhava para ele da janela do quarto do segundo andar. Lá em cima, ela via como ele, introduzia em si mesmo o conteúdo inteiro da agulha através da ponta brilhante, fria e metálica. No fundo ela sabia que ele ia ter o mesmo destino do seu pai, pois a cocaína estava-lhes a ambos no sangue. Pelo menos agora, no dele estava, pois ela tinha presenciado.
Pensativa se havia de dizer ou gritar algo olhou para trás, e viu a pilha de roupa por cima da tábua de passar a ferro, os tachos ao lume, e quando deu conta de si, estava a contar o dinheiro que não chegava para o mês. Voltou à janela, mas ele já não se encontrava lá em baixo. Também que poderia ela fazer? O Mundo acaba sempre por nos mudar e nunca o contrário.
quarta-feira, 24 de setembro de 2008
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