Esforço-me todos os dias para que me entendas. É simples, mas difícil de o conseguires fazer. Apenas tens de me ouvir. Não o digo com os teus ouvidos, esses ouvem perfeitamente o que lhes convém. Digo ouvires-me com o coração. Esforço-me todos os dias para que compreendas isso. E não deveria ser eu a dizer-to mas tu a mim. Tu é que és mais velho, mais experiente e mais sabedor. Se eu tenho a calma para te entender porque não a tens tu? Porque me gritas? Fiz-te mal? Quando, como e onde? Explica-me isto, espera não fugas aos dois assuntos. Onde vais? Porque é que eu tenho de te explicar isso? Não sejas assim. Não te vás embora. Porra, pára quieto, tu é que és meu Pai e não o contrário! Ouve-me uma vez na tua vida com o teu coração. Não te isoles de mim, não me desprezes, não me deixes a falar sozinho. Porque é que é tão difícil para ti ouvir, quando mo exiges a todo o instante? E eu que faço? Obedeço-te na esperança que me ouças no final, que vejas o meu ponto de vista que me compreendas. Se sofreste, quero que saibas que eu também e precisamente pelas mesmas razões portanto como a dor é a mesma vamos parar com os títulos e as merdas que a sociedade e os jornais te metem na cabeça. É que eu leio e vejo as mesmas merdas que tu mas tenho um filtro muito grande na maioria dos assuntos e consigo distinguir com clareza o altruísmo da filha-da-putiçe.
Mas não fujas à conversa inicial... que mal te fiz? Porque é que nunca me consultas quando eu te consulto para tudo? Tenho de mudar a minha estratégia? Tenho de deixar completamente de falar? De falar-te? Deixar de escrever também? Ser o tipo de gajo egoísta que nunca fui em relação a ti e pedir coisas e fazer birras? Porque o havia de fazer agora? Porque é que tem de ser assim?
Que mal te fiz? Quando o fiz? Era quando era ainda um miúdo? Foi em adolescente? Porque é que me olhas dessa forma e estás a maioria do tempo de trombas? Porque é que só sorris na rua, enquanto falas para todos ouvirem, ao mesmo tempo que esbracejas, dizendo maravilhas acerca de mim? Porque me dizem ao telefone que não faço mais que a minha obrigação e no segundo que desligas te vanglorias aos teus amigos? Porque é que para ti aparecer e mostrar-te aos outros é tão importante? Porque é que para ti é tão importante ter coisas caras, carros grandes, em largo número? Porque é que não te contentas nunca com o que tens? E porque é que se preciso de ler me atiras à cara que tenho a casa cheia de livros e que não compreendes porque gasto o meu dinheiro em porcaria?
Esforço-me mas não facilitas as coisas. Imagina que eu te fazia o mesmo que tu fazes aos teus progenitores. A ignorância total. Irias ficar mais feliz? Da próxima vez que me questionares, pensa no que fazes da tua vida, pensa na forma como vives, pensa no sofrimento que causas, e pensa no teu futuro. Também no teu futuro me vou esforçar por que não tenhas amarguras, tudo porque és meu pai, e apesar de nunca me teres compreendido, és uma pessoa essencial na minha vida. Até lá, tenho de continuar lentamente a ouvir as tuas intransigências e preconceitos, esperando que um dia a luz do Sol te ilumine a vida e consigas compreender o mistério que é viver.
sexta-feira, 13 de novembro de 2009
domingo, 1 de novembro de 2009
Farto
Estou farto de me apaixonar pelas pessoas erradas,
por todos aqueles que não me entendem,
que não me compreendem,
que se aproximam e se tornam como eu, ou seja, se fartam,
de todos aqueles que apenas procuram um corpo e não uma pessoa,
dos que procuram uma curte e não uma relação,
de todas as pessoas que ainda julgam que a felicidade provém das coisas que têm à sua disposição.
Estou farto de cometer todos os dias os mesmos erros,
em relação às decisões da minha vida,
aos meus dilemas pessoais,
ao ir ou não ir,
ao dizer ou não dizer,
à insegurança da minha pessoa.
Estou farto de mim,
porque tenho tudo para ser feliz e no entanto não o sou,
porque não consigo ter consciência do que é importante para mim em cada momento,
porque não consigo dizer não,
porque julgo ser o super-homem.
Estou farto que toda a gente me trate com desdém,
que não prestem atenção aos meus sentimentos,
que não me saibam ralhar quando mereço,
nem dar carinho quando preciso.
Estou farto de me sentir como um inútil,
e embora tente melhorar todos os dias,
a minha envolvente me diz que não vai ser possível.
Estou farto de viver onde vivo,
e da forma como vivo,
não tendo coragem para mudar,
embora seja urgente a mudança.
Estou farto da monotonia da minha vida,
de fazer as coisas porque tem de ser,
de não tirar prazer do que faço,
e de ser um wannabe para agradar aos outros.
Estou farto de ser boa pessoa,
bom samaritano, e cidadão exemplar,
porque o respeito não é proporcional.
Estou farto de não me conseguir levantar cedo,
mesmo quando não tenho coisas para fazer,
e de não aproveitar o dia ao máximo,
sendo esmagado pela competição.
Estou farto de por e simplesmente não me chegar ao pé de ti, beijar-te e dizer-te o quanto gosto de ti.
Estou farto de esperar horas e dias pela tua resposta de volta,
estou farto de sofrer precisamente por isso,
e mais farto ainda de ao ver-te nos cumprimentar-mos como se nem nos conhecêssemos.
Estou farto de pensar em ti,
farto de sentir a tua falta
e mais farto ainda de perder o meu tempo em função de ti.
Estou farto de ser como sou.
por todos aqueles que não me entendem,
que não me compreendem,
que se aproximam e se tornam como eu, ou seja, se fartam,
de todos aqueles que apenas procuram um corpo e não uma pessoa,
dos que procuram uma curte e não uma relação,
de todas as pessoas que ainda julgam que a felicidade provém das coisas que têm à sua disposição.
Estou farto de cometer todos os dias os mesmos erros,
em relação às decisões da minha vida,
aos meus dilemas pessoais,
ao ir ou não ir,
ao dizer ou não dizer,
à insegurança da minha pessoa.
Estou farto de mim,
porque tenho tudo para ser feliz e no entanto não o sou,
porque não consigo ter consciência do que é importante para mim em cada momento,
porque não consigo dizer não,
porque julgo ser o super-homem.
Estou farto que toda a gente me trate com desdém,
que não prestem atenção aos meus sentimentos,
que não me saibam ralhar quando mereço,
nem dar carinho quando preciso.
Estou farto de me sentir como um inútil,
e embora tente melhorar todos os dias,
a minha envolvente me diz que não vai ser possível.
Estou farto de viver onde vivo,
e da forma como vivo,
não tendo coragem para mudar,
embora seja urgente a mudança.
Estou farto da monotonia da minha vida,
de fazer as coisas porque tem de ser,
de não tirar prazer do que faço,
e de ser um wannabe para agradar aos outros.
Estou farto de ser boa pessoa,
bom samaritano, e cidadão exemplar,
porque o respeito não é proporcional.
Estou farto de não me conseguir levantar cedo,
mesmo quando não tenho coisas para fazer,
e de não aproveitar o dia ao máximo,
sendo esmagado pela competição.
Estou farto de por e simplesmente não me chegar ao pé de ti, beijar-te e dizer-te o quanto gosto de ti.
Estou farto de esperar horas e dias pela tua resposta de volta,
estou farto de sofrer precisamente por isso,
e mais farto ainda de ao ver-te nos cumprimentar-mos como se nem nos conhecêssemos.
Estou farto de pensar em ti,
farto de sentir a tua falta
e mais farto ainda de perder o meu tempo em função de ti.
Estou farto de ser como sou.
sábado, 31 de outubro de 2009
Ainda te lembras?
Tempo e espaço são duas coisas que não temos em comum. Estas breves linhas pretendem ser mais que conforto, pretendem ser um regresso ao passado, precisamente àqueles dias em que víamos "o sabor da melancia" ou o "shortbus". Aqueles dias em que depois do café nos íamos infiltrar na loja de livros e DVD's para imaginarmos que filme iríamos ver, ou qual seria o próximo livro na nossa mesa-de-cabeceira.
Os dias (ou as noites) em que comíamos apenas porcarias passando os dias seguintes com planos de corridas e exercícios para compensar os quilos extra que estávamos a ganhar no preciso momento que metíamos as porcarias à boca.
Os risos, as festas, a companhia, o estudo, os filmes, os livros e o teatro. Que saudades agora... e cada dia tenho mais saudades tuas, minha amiga. Sei que não tenho feito, dito, informado o suficiente, mas quero que saibas que ando bem. Aliás, sempre que estou mal tens notícias minhas. Desta vez escrevo-te sem estar nem mal de dinheiro, nem de paciência. Apenas com o mal geral do qual tu também sofres, mal de amor. Continuo com os mesmos dilemas sentimentais que tínhamos em conjunto, precisamente quando comíamos toda aquela junk-food. Já nem me lembro à quantos anos isso foi. Parece que foi ontem e que ainda aqui estás. Às vezes és tão real, outras vezes tenho de me esforçar para imaginar a tua casa e os teus companheiros de renda e amigos em geral.
O frio começou hoje a chegar e talvez esta seja a razão pela qual te estou a escrever.
Os dias (ou as noites) em que comíamos apenas porcarias passando os dias seguintes com planos de corridas e exercícios para compensar os quilos extra que estávamos a ganhar no preciso momento que metíamos as porcarias à boca.
Os risos, as festas, a companhia, o estudo, os filmes, os livros e o teatro. Que saudades agora... e cada dia tenho mais saudades tuas, minha amiga. Sei que não tenho feito, dito, informado o suficiente, mas quero que saibas que ando bem. Aliás, sempre que estou mal tens notícias minhas. Desta vez escrevo-te sem estar nem mal de dinheiro, nem de paciência. Apenas com o mal geral do qual tu também sofres, mal de amor. Continuo com os mesmos dilemas sentimentais que tínhamos em conjunto, precisamente quando comíamos toda aquela junk-food. Já nem me lembro à quantos anos isso foi. Parece que foi ontem e que ainda aqui estás. Às vezes és tão real, outras vezes tenho de me esforçar para imaginar a tua casa e os teus companheiros de renda e amigos em geral.
O frio começou hoje a chegar e talvez esta seja a razão pela qual te estou a escrever.
memória
Agarro-me àquela memória como se não tivesse tido outra em toda a minha existência. Agora recorro a ela, mas nem sei bem porque o faço. Lembro-me bem dessa noite, o rio estava calmo sem neblina e parecia que convidava à conversa. As lâmpadas que emanavam uma luz amarelada no candeeiro da rua por cima de nós, convidavam os mosquitos a um ritual semelhante ao que iríamos ter. Acabávamos de nos conhecer.
Antes desta memória lembro-me do dia que tive, de como este passou e de como foi. Um dia que não se diria de Outono, cheio de sol, com temperaturas altas, poucas nuvens aliados ao stress e poluição citadinos. O motivo da reunião foi a música, próximo dos candeeiros da rua e do rio que a memória insiste em não esquecer. A minha memória foca-se agora na forma como te apresentaste, e no leve sorriso que me lançaste. Talvez nem tenhas consciência de o ter feito naquela altura, mas o teu sorriso ficou gravado em mim, como uma música num disco de vinil. Sempre a agulha das sinapses do meu cérebro passam por essa faixa recordo-me lentamente da tua face, dos teus olhos do teu nariz e do teu sorriso.
A conversa foi o mais leve possível, tentando saber as banalidades da vida de cada um, os projectos, sonhos e ambições. Falei demasiado acho.... mas escutei todas as palavras que me disseste. Desejei conhecer-te mais e melhor, mas sempre que me cruzo com uma pessoa interessante o meu corpo, mas especialmente o meu cérebro tende a reagir da forma mais estranha que as palavras conseguem descrever. As frases deixam de fazer sentido, se é que algum dia o fizeram, e os braços juntamente com as mãos mexem-se à velocidade de uma tempestade tropical, gesticulando demasiado as palavras das frases sem sentido. Estranhas reacções bioquímicas ligadas à íntima psicologia da minha pessoa. Mais uma vez acabei por dizer as coisas erradas enquanto exagerava nos movimentos. Antigamente culpava-me muito mais do que me culpo hoje, mas continuo a sofrer intensamente por cada passo dado em falso. A casualidade não é importante nestes casos, até porque nada é casual ou trivial. Todas as coisas acontecem porque assim tinham de acontecer, visto estarmos todos ligados uns aos outros.
Paro novamente e só já tenho os teus brilhantes olhos postos em mim. Maldita memória...cada vez que me sinto melhor, ela ataca novamente, e o objectivo é sempre o mesmo. Sinceramente já nem sei porque sofro, mas deve ser pela expectativa das relações pessoais. Cada dia que passa, a água dentro de mim que forma os meus órgãos congela um pouco mais, tornando-me este homem coração de gelo, frio e bruto.
A minha imaginação traz o calor da luz do candeeiro onde os mosquitos se juntavam, e aí, juntamente com a memória do teu sorriso, descongelo um pouco. Sinto-me como um frigorífico que estamos sempre a abrir e fechar para ver se no entretanto algo de novo apareceu lá dentro, apenas para fecharmos a porta depressa, porque nada mudou na sua composição mas gastámos energia desnecessária. É assim que me sinto na maioria das vezes. Uma porta entreaberta que liberta o frio para aqueles que estão à volta, e que se esforça duas vezes mais para manter o equilíbrio interno sem o conseguir na maioria das vezes.
Vou deixar este desabafo por aqui, com duas certezas, o cansaço do teu dia-a-dia e a memória do teu belo sorriso que espero um dia ser só meu.
Antes desta memória lembro-me do dia que tive, de como este passou e de como foi. Um dia que não se diria de Outono, cheio de sol, com temperaturas altas, poucas nuvens aliados ao stress e poluição citadinos. O motivo da reunião foi a música, próximo dos candeeiros da rua e do rio que a memória insiste em não esquecer. A minha memória foca-se agora na forma como te apresentaste, e no leve sorriso que me lançaste. Talvez nem tenhas consciência de o ter feito naquela altura, mas o teu sorriso ficou gravado em mim, como uma música num disco de vinil. Sempre a agulha das sinapses do meu cérebro passam por essa faixa recordo-me lentamente da tua face, dos teus olhos do teu nariz e do teu sorriso.
A conversa foi o mais leve possível, tentando saber as banalidades da vida de cada um, os projectos, sonhos e ambições. Falei demasiado acho.... mas escutei todas as palavras que me disseste. Desejei conhecer-te mais e melhor, mas sempre que me cruzo com uma pessoa interessante o meu corpo, mas especialmente o meu cérebro tende a reagir da forma mais estranha que as palavras conseguem descrever. As frases deixam de fazer sentido, se é que algum dia o fizeram, e os braços juntamente com as mãos mexem-se à velocidade de uma tempestade tropical, gesticulando demasiado as palavras das frases sem sentido. Estranhas reacções bioquímicas ligadas à íntima psicologia da minha pessoa. Mais uma vez acabei por dizer as coisas erradas enquanto exagerava nos movimentos. Antigamente culpava-me muito mais do que me culpo hoje, mas continuo a sofrer intensamente por cada passo dado em falso. A casualidade não é importante nestes casos, até porque nada é casual ou trivial. Todas as coisas acontecem porque assim tinham de acontecer, visto estarmos todos ligados uns aos outros.
Paro novamente e só já tenho os teus brilhantes olhos postos em mim. Maldita memória...cada vez que me sinto melhor, ela ataca novamente, e o objectivo é sempre o mesmo. Sinceramente já nem sei porque sofro, mas deve ser pela expectativa das relações pessoais. Cada dia que passa, a água dentro de mim que forma os meus órgãos congela um pouco mais, tornando-me este homem coração de gelo, frio e bruto.
A minha imaginação traz o calor da luz do candeeiro onde os mosquitos se juntavam, e aí, juntamente com a memória do teu sorriso, descongelo um pouco. Sinto-me como um frigorífico que estamos sempre a abrir e fechar para ver se no entretanto algo de novo apareceu lá dentro, apenas para fecharmos a porta depressa, porque nada mudou na sua composição mas gastámos energia desnecessária. É assim que me sinto na maioria das vezes. Uma porta entreaberta que liberta o frio para aqueles que estão à volta, e que se esforça duas vezes mais para manter o equilíbrio interno sem o conseguir na maioria das vezes.
Vou deixar este desabafo por aqui, com duas certezas, o cansaço do teu dia-a-dia e a memória do teu belo sorriso que espero um dia ser só meu.
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
Lyla
O que estava combinado era encontrarmos-nos meia-hora antes do concerto para estarmos um pouco à conversa e, desta forma sabermos como tinha corrido a semana a todos, já que não nos víamos desde o fim-de-semana anterior. Entrámos na cave onde ia ser o concerto, que para variar, estava cheio de gente, com pouca luz e com música ambiente a tocar aos altos berros. Alguém sugeriu irmos mais para a frente para não perder pitada do concerto, e assim fizémos.
As luzes ligaram-se iluminando a banda, e foram decrescendo de intensidade com as primeiras batidas da bateria. Sentia-me um pouco cansado, e desviei o olhar para o chão para poder bocejar, levantando depois a cabeça.
Essa foi a primeira vez que te vi. Os teus olhos brilhavam tanto como os holofotes que iluminavam o pequeno palco à nossa frente. O teu sorriso era fantástico, carregado de uma leveza que lembra o algodão-doce, e talvez os teus lábios fossem igualmente doces. Queria tanto perguntar-te o nome mas nem foi preciso, porque a tua amiga virou-se para ti de repente e gritou "Lyla, eles são geniais, não são?".
De repente o barulho de fundo da banda era secundário e quase que ouvia mais alto a tua respiração e os gritos de euforia que libertavas. Também parecia que o meu coração fazia barulhos altos, quase ao ritmo da bateria.
Tentei fazer com que reparasses em mim, mas não tiraste os olhos da banda.
Quando as luzes no final se acenderam, os meus olhos ficaram encadeados por uns segundos, e quando recuperei a visão já não estavas lá. Nunca mais te voltei a ver. Muitas vezes pensei que nem sequer existisses, pois essa foi a única vez que te vi. Seria a minha cabeça que criava a tua visão? Aos meus olhos parecias perfeita, simpática, inteligente, mas sobretudo real. Tudo o que procurava na altura e tudo o que procuro agora. Estavas realmente lá?
Estarei a ficar louco?
As luzes ligaram-se iluminando a banda, e foram decrescendo de intensidade com as primeiras batidas da bateria. Sentia-me um pouco cansado, e desviei o olhar para o chão para poder bocejar, levantando depois a cabeça.
Essa foi a primeira vez que te vi. Os teus olhos brilhavam tanto como os holofotes que iluminavam o pequeno palco à nossa frente. O teu sorriso era fantástico, carregado de uma leveza que lembra o algodão-doce, e talvez os teus lábios fossem igualmente doces. Queria tanto perguntar-te o nome mas nem foi preciso, porque a tua amiga virou-se para ti de repente e gritou "Lyla, eles são geniais, não são?".
De repente o barulho de fundo da banda era secundário e quase que ouvia mais alto a tua respiração e os gritos de euforia que libertavas. Também parecia que o meu coração fazia barulhos altos, quase ao ritmo da bateria.
Tentei fazer com que reparasses em mim, mas não tiraste os olhos da banda.
Quando as luzes no final se acenderam, os meus olhos ficaram encadeados por uns segundos, e quando recuperei a visão já não estavas lá. Nunca mais te voltei a ver. Muitas vezes pensei que nem sequer existisses, pois essa foi a única vez que te vi. Seria a minha cabeça que criava a tua visão? Aos meus olhos parecias perfeita, simpática, inteligente, mas sobretudo real. Tudo o que procurava na altura e tudo o que procuro agora. Estavas realmente lá?
Estarei a ficar louco?
admiração
Tudo é motivo de admiração. Já o era antigamente quando sem ter consciência parava para observar os seres estranhos que me rodeiam nos transportes públicos ou em todos os lugares também estranhos onde tenho de ir diariamente. Tudo começou um dia em que saí do banho e, à medida que a névoa que me afastava do espelho se dissipava, comecei a questionar-me com admiração certos traços que tinha no rosto e aos quais nunca tinha prestado atenção. Certamente tinham-me acompanhado pelo menos nos últimos anos, mas escava sempre usando a desculpa dos adultos, a eterna falta de tempo.
A partir desse dia deixei de levar as coisas demasiado a sério e começando a não pensar tanto, e a fazer o meu dia tendo em atenção todas as pessoas à minha volta. De repente o mundo tornou-se o quadro vivo de um museu ainda mais vivo que tenho oportunidade de ver, sem pagar, por se tratar de algo a que por e simplesmente chamamos vida. E o quadro que eu admiro todos os dias fervilha dessa vida, cheia de altos e baixos, caras sorridentes e apáticas, pessoas a pensar e outros a fazerem precisamente o contrário. Toda a espécie de indivíduos de todas as formas, cores, feitios, raças, etnias e estratos sociais.
Onde tinham estado todas estas pessoas, que só agora via? Onde é que eu tinha andado? Porque é que não tinha acordado para esta realidade mais cedo?
Passei a ter como rotina de começo de dia o espelho. Não por uma questão de futilidade mas para admirar o quanto tinha desperdiçado de mim ao longo dos últimos anos. Já nem me conseguia reconhecer quanto mais estar a par do que aqueles que significam algo de especial para mim. Que traços estranhos... e este sinal? Será que sempre o tive aqui?
Saio para os cheiros da rua, e sou atraído para a paragem como os ratos para o flautista de Hamelin, ficando cuidadosamente à espera dessa máquina gigante que tem como função levar-me até outra máquina que me leva ao emprego. E estas máquinas? Sempre aqui estiveram desde que me conheço, mas como fariam antigamente as pessoas quando viviam num determinado lugar e tinham de se deslocar no mesmo dia à outra margem do rio? Seria possível a volta que tinham de fazer para chegarem no mesmo dia? Hoje tudo é facilitado, e nem por isso as pessoas o admiram. Devia haver um apagão daqueles que ficássemos às escuras durante um tempo. Acho que neste caso teria de comprar sal, para conseguir guardar os alimentos que tenho no congelador, mas mesmo assim, seria bom haver um pouco de caos, e darmos mais valor ao nosso meio circundante, em vez de estarmos constantemente a circundá-lo.
Quando sair daqui irei pensar no mesmo no caminho para casa. Até lá, espera-me trabalho. E como o admiro. Significa rendimento, companhia, objectivos, amigos, caras conhecidas, pessoas brutas, rancorosas e ranhosas. Mas preciso de todos eles, elas, sentimentos e objectos para dar o melhor de mim.
A partir desse dia deixei de levar as coisas demasiado a sério e começando a não pensar tanto, e a fazer o meu dia tendo em atenção todas as pessoas à minha volta. De repente o mundo tornou-se o quadro vivo de um museu ainda mais vivo que tenho oportunidade de ver, sem pagar, por se tratar de algo a que por e simplesmente chamamos vida. E o quadro que eu admiro todos os dias fervilha dessa vida, cheia de altos e baixos, caras sorridentes e apáticas, pessoas a pensar e outros a fazerem precisamente o contrário. Toda a espécie de indivíduos de todas as formas, cores, feitios, raças, etnias e estratos sociais.
Onde tinham estado todas estas pessoas, que só agora via? Onde é que eu tinha andado? Porque é que não tinha acordado para esta realidade mais cedo?
Passei a ter como rotina de começo de dia o espelho. Não por uma questão de futilidade mas para admirar o quanto tinha desperdiçado de mim ao longo dos últimos anos. Já nem me conseguia reconhecer quanto mais estar a par do que aqueles que significam algo de especial para mim. Que traços estranhos... e este sinal? Será que sempre o tive aqui?
Saio para os cheiros da rua, e sou atraído para a paragem como os ratos para o flautista de Hamelin, ficando cuidadosamente à espera dessa máquina gigante que tem como função levar-me até outra máquina que me leva ao emprego. E estas máquinas? Sempre aqui estiveram desde que me conheço, mas como fariam antigamente as pessoas quando viviam num determinado lugar e tinham de se deslocar no mesmo dia à outra margem do rio? Seria possível a volta que tinham de fazer para chegarem no mesmo dia? Hoje tudo é facilitado, e nem por isso as pessoas o admiram. Devia haver um apagão daqueles que ficássemos às escuras durante um tempo. Acho que neste caso teria de comprar sal, para conseguir guardar os alimentos que tenho no congelador, mas mesmo assim, seria bom haver um pouco de caos, e darmos mais valor ao nosso meio circundante, em vez de estarmos constantemente a circundá-lo.
Quando sair daqui irei pensar no mesmo no caminho para casa. Até lá, espera-me trabalho. E como o admiro. Significa rendimento, companhia, objectivos, amigos, caras conhecidas, pessoas brutas, rancorosas e ranhosas. Mas preciso de todos eles, elas, sentimentos e objectos para dar o melhor de mim.
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
Indie, indie
If everything you do has got a hold on me
Then everything I do has got a hole in it
I've been here before I should be used to it
But I can't take it no more, I can't take it no more
Oh whoa, oh whoa whoa whoa
Your mangled heart, your battered love that's hanging on to memories
You're letting go of everything that used to be
I've had enough, you'll build me up to let me down, yeah
If everything I do has got a hole in it
Then everything you do has got a hold on me
I've been here before I should be used to it
But I can't take it no more, I can't take it no more
Oh whoa, oh whoaaaa
Your mangled heart, your battered love that's hanging on to memories
You're letting go of everything that used to be
I've had enough, you'll build me up to let me down
Oooh, Your mangled heart, your battered love that's hanging on to memories
You're letting go of everything that used to be
I've had enough, you'll build me up to let me down, yeah
I don't want the world, I only want what I deserve
I don't want the world, the world, I only want what I deserve
I don't want the world, the world, I only want what I deserve
Your mangled heart, your battered love that's hanging on to memories
You're letting go of everything that used to be
I've had enough, you'll build me up to let me down
Your mangled heart, your battered love that's hanging on to memories
You're letting go of everything that used to be
I've had enough, you'll build me up to let me down
The Gossip - Yr Mangled Heart
Then everything I do has got a hole in it
I've been here before I should be used to it
But I can't take it no more, I can't take it no more
Oh whoa, oh whoa whoa whoa
Your mangled heart, your battered love that's hanging on to memories
You're letting go of everything that used to be
I've had enough, you'll build me up to let me down, yeah
If everything I do has got a hole in it
Then everything you do has got a hold on me
I've been here before I should be used to it
But I can't take it no more, I can't take it no more
Oh whoa, oh whoaaaa
Your mangled heart, your battered love that's hanging on to memories
You're letting go of everything that used to be
I've had enough, you'll build me up to let me down
Oooh, Your mangled heart, your battered love that's hanging on to memories
You're letting go of everything that used to be
I've had enough, you'll build me up to let me down, yeah
I don't want the world, I only want what I deserve
I don't want the world, the world, I only want what I deserve
I don't want the world, the world, I only want what I deserve
Your mangled heart, your battered love that's hanging on to memories
You're letting go of everything that used to be
I've had enough, you'll build me up to let me down
Your mangled heart, your battered love that's hanging on to memories
You're letting go of everything that used to be
I've had enough, you'll build me up to let me down
The Gossip - Yr Mangled Heart
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
O dia mais feliz da vida de toda a gente,
será o dia da minha morte. Assim, provavelmente todas as chatices se acabarão. Todas as vezes em que sou confrontado com situações que dependem de todos mas que apenas eu faço. Talvez este grito de desespero chegue para mostrar que estou farto de viver no stress do dia-a-dia, em que o "é para ontem" reina.
E parar para pensar? Não é parar para pensar nos passarinhos que cantam tão belos e que dariam um poema fantástico da fauna portuguesa em pleno séc. XXI, mas pensar no pragmatismo da nossa vida para que esse pequeno ou grande poema se torne real. Existem coisas que por mais que não gostemos temos de fazer, para que o mundo e as pessoas circulem. Nenhum esforço é feito em vão, mas quando a maioria dos meus esforços são-me apontados à cara como se fosse um inútil da sociedade, a minha "tampa tem de saltar".
Se eu morresse amanhã, o mundo iria parar? Não. Então, a resposta a todos os dilemas de todos está aí. Parar é morrer, tal como deixar de agir. Não sou um super-homem, apesar de me comportar como tal. Já que vais mexer o dedo para mo apontar, aproveita e junta os outros dedos e o cérebro para algo de produtivo. Até lá, estou ocupado.
E parar para pensar? Não é parar para pensar nos passarinhos que cantam tão belos e que dariam um poema fantástico da fauna portuguesa em pleno séc. XXI, mas pensar no pragmatismo da nossa vida para que esse pequeno ou grande poema se torne real. Existem coisas que por mais que não gostemos temos de fazer, para que o mundo e as pessoas circulem. Nenhum esforço é feito em vão, mas quando a maioria dos meus esforços são-me apontados à cara como se fosse um inútil da sociedade, a minha "tampa tem de saltar".
Se eu morresse amanhã, o mundo iria parar? Não. Então, a resposta a todos os dilemas de todos está aí. Parar é morrer, tal como deixar de agir. Não sou um super-homem, apesar de me comportar como tal. Já que vais mexer o dedo para mo apontar, aproveita e junta os outros dedos e o cérebro para algo de produtivo. Até lá, estou ocupado.
segunda-feira, 18 de maio de 2009
Movimentos
Um sem fim de movimentos diários
Não Apaguem a Memória
GAIA
Movimento dos sem namorados
Veggie Pride
Não te prives
Não Apaguem a Memória
GAIA
Movimento dos sem namorados
Veggie Pride
Não te prives
segunda-feira, 27 de abril de 2009
Não desisto
O arquitecto Hundertwasser escreveu o seguinte: "If we do not honor our past we lose our future. If we destroy our roots we cannot grow.” (Se não honramos o nosso passado perdemos o nosso futuro. Se destruimos as nossas raízes não podemos crescer.)
Muitos o consideraram louco durante muito tempo, mas manteve os seus ideais e a sua palavra enquanto viveu.
Tal como ele, não quero desistir de nada nem de ninguém, e quero manter ideais para que o meu mundo não desabe. Não vou desistir das pessoas à minha volta, por mais que não me entendam ou que me magoem. Não vou desistir de ter um objectivo que quero alcançar, mesmo com todos os obstáculos e dificuldades de tudo e de todos.
Se tiver que provar com mais esforços e mais trabalho assim será. Vou ouvir todas as critícas, sem ignorar ninguém, mesmo que sejam feitas por pessoas que só me vão fazer perder o meu tempo. Mesmo esses merecem atenção, porque devem ter vidas vazias, e a atenção que lhes dou é vital. Também aprendo muito com eles, aprendo os limites da minha paciência e da minha vida.
Mas volto ao início do ciclo, e penso, não desisto. Não vou desistir, nem de nada, nem de ninguém.
Muitos o consideraram louco durante muito tempo, mas manteve os seus ideais e a sua palavra enquanto viveu.
Tal como ele, não quero desistir de nada nem de ninguém, e quero manter ideais para que o meu mundo não desabe. Não vou desistir das pessoas à minha volta, por mais que não me entendam ou que me magoem. Não vou desistir de ter um objectivo que quero alcançar, mesmo com todos os obstáculos e dificuldades de tudo e de todos.
Se tiver que provar com mais esforços e mais trabalho assim será. Vou ouvir todas as critícas, sem ignorar ninguém, mesmo que sejam feitas por pessoas que só me vão fazer perder o meu tempo. Mesmo esses merecem atenção, porque devem ter vidas vazias, e a atenção que lhes dou é vital. Também aprendo muito com eles, aprendo os limites da minha paciência e da minha vida.
Mas volto ao início do ciclo, e penso, não desisto. Não vou desistir, nem de nada, nem de ninguém.
quinta-feira, 23 de abril de 2009
sono
Já não são horas de aqui estar. Já não sinto os dedos. Já não sinto os olhos. Já nem sei onde estou, se na sala se noutra divisão. Ao longe ouço ruídos estranhos da rua, que se parecem cruzar com as minhas mãos e com os meus olhos, que tendem a fechar.
Levanto-me, guiado pela voz dele. Cada passo que dou ouço mais uma palavra. Porque é que não me revolto e parto para outro lugar? Porque é que não fujo para que este problema desapareça?
A profundeza da noite envolve-me e não me deixa tornar real o meu instinto mais básico. Tenho de ficar. Tenho de melhorar. Tenho de me melhorar. Tenho de o melhorar. Tenho de... continuar e construir a minha felicidade na felicidade dele.
Aos poucos deixo de ser uma palavra estrangeira na minha própria língua.
Levanto-me, guiado pela voz dele. Cada passo que dou ouço mais uma palavra. Porque é que não me revolto e parto para outro lugar? Porque é que não fujo para que este problema desapareça?
A profundeza da noite envolve-me e não me deixa tornar real o meu instinto mais básico. Tenho de ficar. Tenho de melhorar. Tenho de me melhorar. Tenho de o melhorar. Tenho de... continuar e construir a minha felicidade na felicidade dele.
Aos poucos deixo de ser uma palavra estrangeira na minha própria língua.
segunda-feira, 20 de abril de 2009
Thriller
Saí de casa, e na minha cabeça ia apenas a canção dos "A Naifa - calças vermelhas". Como eu gostava também de ter umas calças vermelhas. Imagino-as com uma risca preta da cintura até aos pés. Imaginei também uma rua iluminada pela luz da meia-noite.
Depois pensei, mas o Michael Jackson já fez isso à 25 anos... e foi então que me deu o tic-tac do relógio, e era também o meu dia de anos.
Sem contar com nada, vi um embrulho. Por fora dizia várias coisas, como "Nem sabes o que aconteceu"ou "Surdos-mudos que rapam?", e lá dentro estava a resposta de eu ter acordado a pensar em calças vermelhas.
Agora o meu tempo livre é passado a fazer coreografias. É lamentável mas é verdade. Ponho o pequeno objecto redondo de plástico de parte por uns momentos. Lembro-me da razão do objecto, e recuo no tempo.
Abri os olhos e ainda estou no jantar. Olho à minha volta e estão quase todos lá. Uns esqueceram-se, outros não disseram nada. Talvez tenham dito, já nem me lembro a minha cabeça não está boa. Porque é que é tão difícil juntar todos agora? Fico contente por ainda conseguir pôr todos (não a uma mesa mas em duas - burocracias do restaurante) juntos.
Parece-me que ainda faltaram uns 10. E é mesmo assim. Estou cada vez mais dependente das pessoas. Vá, e uma vez por outra de umas calças vermelhas.... mas é só na passagem de ano, e é só para o Thriller.
Hoje acordei com desejo de panados de tofu... será que isso também terá uma explicação? Vou correr os albuns que tenho na sala....
... entretanto, vou continuar com o Thriller.
Wha wha.
uau uau
u u
.
Depois pensei, mas o Michael Jackson já fez isso à 25 anos... e foi então que me deu o tic-tac do relógio, e era também o meu dia de anos.
Sem contar com nada, vi um embrulho. Por fora dizia várias coisas, como "Nem sabes o que aconteceu"ou "Surdos-mudos que rapam?", e lá dentro estava a resposta de eu ter acordado a pensar em calças vermelhas.
Agora o meu tempo livre é passado a fazer coreografias. É lamentável mas é verdade. Ponho o pequeno objecto redondo de plástico de parte por uns momentos. Lembro-me da razão do objecto, e recuo no tempo.
Abri os olhos e ainda estou no jantar. Olho à minha volta e estão quase todos lá. Uns esqueceram-se, outros não disseram nada. Talvez tenham dito, já nem me lembro a minha cabeça não está boa. Porque é que é tão difícil juntar todos agora? Fico contente por ainda conseguir pôr todos (não a uma mesa mas em duas - burocracias do restaurante) juntos.
Parece-me que ainda faltaram uns 10. E é mesmo assim. Estou cada vez mais dependente das pessoas. Vá, e uma vez por outra de umas calças vermelhas.... mas é só na passagem de ano, e é só para o Thriller.
Hoje acordei com desejo de panados de tofu... será que isso também terá uma explicação? Vou correr os albuns que tenho na sala....
... entretanto, vou continuar com o Thriller.
Wha wha.
uau uau
u u
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quinta-feira, 26 de março de 2009
Eureka!
Existe algo comum, isso posso confirmar.
Algo acontece quando te sorrio e algo acontece também quando me sorris de volta.
Nem te conheço, nem tu a mim, nem temos de nos conhecer, somos iguais.
Podemos não ter o mesmo pijama às bolinhas, nem a cor da pele igual, mas eu e tu, e mais ele, e ela e aqueles três ali ao fundo somos iguais.
Isto tudo para te dizer que já sei onde estou. E se perguntarem por mim, diz simplesmente que estou bem. Feliz e bem. Consegues acreditar?
a ouvir - lykke li - I'm good, i'm gone, enquanto bebo um chá gengibre
domingo, 15 de fevereiro de 2009
Se tivesse oportunidade este seria o meu monólogo
Corri várias cidades, na esperança de me identificar com alguma. Em cada sítio onde passei procurei sempre o Amor. Ao viajar, mais que o local, os sentimentos são para mim mais importantes. Raramente saio para conhecer um local desconhecido. Viajo sim, para rever pessoas, para conhecer os seus novos amigos e, para alargar o conhecimento cultural do Mundo onde vivo. Ao cruzar as ruas, associo também os cheiros dessas cidades aos do local onde vivo e das pessoas que conheço. Diariamente corro as ruas com o olfacto para me lembrar de amigos, familiares, vilas e aldeias.
Em cada local, sigo um percurso com poucas etapas. Primeiro tenho de me identificar com algo. Depois tenho de conhecer alguem. Depois, apaixono-me sempre. Venlo e Düsseldorf, foi por amor. Vilã Chã também. Escolhi Nijmegen e não Dresden, pela proximidade aos meus amigos e a outras pessoas que já conhecia em Colónia.
Aos 14 anos fui forçado a sair de casa, para uma cidade onde não conhecia ninguém, e aí, nessa cidade forte, farta, fiel, formosa e fria, aprendi aos poucos a ser como ela. Forte, sempre que é preciso; farto de tudo o que não me interessa; fiel a uma razão e a valores em que acredito; formoso, espero vir a ser um dia, e frio. A frieza apodera-se de mim, de várias formas, pois existe no meu nome, no meu coração, e nas noites de Inverno, quando os pés não querem aquecer.
Após este momento no espaço-tempo, decidi vir ao encontro das minhas raízes, para a "Mui nobre e sempre leal cidade de Lisboa", mas por circunstâncias totalmente alheias aos meus planos acabei na mina de Al-Maden, meu porto de abrigo, casa de todos os sonhos e local de forte influência científica e artística. Aí começei a tornar-me quem hoje sou.
Um acumular de problemas psicológicos, obrigou-me a sair por uns meses, para me reencontrar. Por mais cliché ou merdoso que isto possa soar, foi mesmo essa a razão. Vivi numa cidade pequena, e nunca nesse país tentei procurar as grandes metrópoles, por não me identificar. Um sítio onde as drogas e o sexo de qualquer forma é legal, tende a baralhar-nos os sentidos. Enquanto aí estava, mais por sanidade mental que por uma razão de currículo, aprendi que consigo tornar reais as ideias loucas e estranhas da minha cabeça, quer por esculturas humanas quer por colagens e fotografias. Nessa cidade o meu corpo parecia fraco, pois o coração encontrava-se a milhares de quilómetros do resto de mim, batendo lentamente e fazendo com o que o sangue e os sentimentos demorassem dias a percorrer a Europa.
Finalmente, voltei para a casa que me acolheu sempre com Amor. Essa casa, envolve-nos agora. São todos vocês, sou eu, são eles escondidos aqui ao lado, somos todos. Acredito nas pessoas, e é por causa delas que viajo.
Eu viajo para conhecer a minha geografia pessoal. Vénus, Eros, Agape, Cupido, Philia, Xenia, Storge e Ludus, viajam sempre comigo para onde quer que eu for. Neles e nelas, a íris dos meus olhos responde favoralvelmente às pessoas, às ruas, ao chocolate quente, e a todas as outras sensações que sinto quando cruzo avenidas, onde fisicamente nunca estive, mas que já corri em sonhos.
Obrigado amigos de "As Cidades Impossíveis".... fiquei a pensar muito na peça. Bom trabalho. :)
Em cada local, sigo um percurso com poucas etapas. Primeiro tenho de me identificar com algo. Depois tenho de conhecer alguem. Depois, apaixono-me sempre. Venlo e Düsseldorf, foi por amor. Vilã Chã também. Escolhi Nijmegen e não Dresden, pela proximidade aos meus amigos e a outras pessoas que já conhecia em Colónia.
Aos 14 anos fui forçado a sair de casa, para uma cidade onde não conhecia ninguém, e aí, nessa cidade forte, farta, fiel, formosa e fria, aprendi aos poucos a ser como ela. Forte, sempre que é preciso; farto de tudo o que não me interessa; fiel a uma razão e a valores em que acredito; formoso, espero vir a ser um dia, e frio. A frieza apodera-se de mim, de várias formas, pois existe no meu nome, no meu coração, e nas noites de Inverno, quando os pés não querem aquecer.
Após este momento no espaço-tempo, decidi vir ao encontro das minhas raízes, para a "Mui nobre e sempre leal cidade de Lisboa", mas por circunstâncias totalmente alheias aos meus planos acabei na mina de Al-Maden, meu porto de abrigo, casa de todos os sonhos e local de forte influência científica e artística. Aí começei a tornar-me quem hoje sou.
Um acumular de problemas psicológicos, obrigou-me a sair por uns meses, para me reencontrar. Por mais cliché ou merdoso que isto possa soar, foi mesmo essa a razão. Vivi numa cidade pequena, e nunca nesse país tentei procurar as grandes metrópoles, por não me identificar. Um sítio onde as drogas e o sexo de qualquer forma é legal, tende a baralhar-nos os sentidos. Enquanto aí estava, mais por sanidade mental que por uma razão de currículo, aprendi que consigo tornar reais as ideias loucas e estranhas da minha cabeça, quer por esculturas humanas quer por colagens e fotografias. Nessa cidade o meu corpo parecia fraco, pois o coração encontrava-se a milhares de quilómetros do resto de mim, batendo lentamente e fazendo com o que o sangue e os sentimentos demorassem dias a percorrer a Europa.
Finalmente, voltei para a casa que me acolheu sempre com Amor. Essa casa, envolve-nos agora. São todos vocês, sou eu, são eles escondidos aqui ao lado, somos todos. Acredito nas pessoas, e é por causa delas que viajo.
Eu viajo para conhecer a minha geografia pessoal. Vénus, Eros, Agape, Cupido, Philia, Xenia, Storge e Ludus, viajam sempre comigo para onde quer que eu for. Neles e nelas, a íris dos meus olhos responde favoralvelmente às pessoas, às ruas, ao chocolate quente, e a todas as outras sensações que sinto quando cruzo avenidas, onde fisicamente nunca estive, mas que já corri em sonhos.
Obrigado amigos de "As Cidades Impossíveis".... fiquei a pensar muito na peça. Bom trabalho. :)
Lembro-me
Lembro-me de ti. Lembro-me da primeira vez que te vi. Do sorriso que fizeste. Lembro-me das covinhas na tua cara. Porque é que gostavas tanto de mim? Porque era eu tão importante para ti? Lembro-me das coisas que me ensinaste. Primeiro as básicas. Como os aviões se cruzavam e entrelaçavam. Quando baixei os olhos para os meus pés tinha um nó nos ténis. Lembro-me como sorrias também dessa vez.
Lembro-me de me sentar no teu colo, quente, bom, de te olhar com os meus pequenos olhos, e de ver o teu sorriso sempre presente.
Agora é apenas uma recordação, mas ainda me transmite paz e calma. Adoro-te Mãe. Gostava que pudesses ver como cresci.
Lembro-me de me sentar no teu colo, quente, bom, de te olhar com os meus pequenos olhos, e de ver o teu sorriso sempre presente.
Agora é apenas uma recordação, mas ainda me transmite paz e calma. Adoro-te Mãe. Gostava que pudesses ver como cresci.
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009
Repetição
RepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetição
Dias passados na repetição uns dos outros, e o que trazem de novo? Pouco, muito pouco. Feitos e Glórias pessoais que não são valorizados. Mas se forem comuns a outros começam a ter valor. O que é a Arte? O que é a Ciência? O que é estar bem? O que é estar mal? Quão bem? Quão mal?
Não deixes para amanhã o que podes fazer hoje. Amanhã. Amanhã, amanhã amanhã
RepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetição
Que fizeste hoje? Com quem estiveste? Onde estás? Porquê? O QUÊ, quando é que isso aconteceu? A quem? E como foi? Viste aquilo? Já leste o que ela escreveu não sei onde?
RepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetição
Como ainda não tens, se já toda a gente tem? Não me digas que estás armado em probretanas. Tu és demasiado problemático. Fazia-te bem saires para descomprimires. Já estudaste tudo? E fizeste o trabalho que te pedi? E aquele projecto que é para entregar amanhã? Não vais ter teste daquela língua que estás a aprender por capricho, pois ninguém a fala neste país?
RepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetição
Não queres vir viajar? Fazemos um cruzeiro. Não, um inter-rail. Não, vamos de avião. Podemos ir de carro, mas vai sair muito caro. Vamos onde? Aveiro, Xangai, Cidade do México, Londres, Entroncamento ou para a Bolívia? Nunca estive em África e vi um safari fixe para fazermos. Marcamos para quando?
RepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetição
Porque é que não foste ao concerto? Vais à exposição daquele tipo da faculdade? Já foste à feira de obras de arte antigas? Temos de combinar algo no Museu do Oriente ou no CCB, logo se vê. Espera, nem sabes onde fui, ias adorar ter lá estado, era uma festa Rock-a-billy perto do Bacalhoeiro, que por sua vez tem uma exposição de um fotografo russo que tens de ir ver, e a festa foi genial, estava lá toda a gente. Vais estar na próxima festa dos Toca-a-rufar ou vais ver Freestyleira?
RepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetição
Tanto tempo..... tão pouco tempo..... tanto para fazer, ver, ter, e nenhum tempo para fazer, ver, ter.
Consumo. Lixo. Cansaço Stress RepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetição
Dias passados na repetição uns dos outros, e o que trazem de novo? Pouco, muito pouco. Feitos e Glórias pessoais que não são valorizados. Mas se forem comuns a outros começam a ter valor. O que é a Arte? O que é a Ciência? O que é estar bem? O que é estar mal? Quão bem? Quão mal?
Não deixes para amanhã o que podes fazer hoje. Amanhã. Amanhã, amanhã amanhã
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Que fizeste hoje? Com quem estiveste? Onde estás? Porquê? O QUÊ, quando é que isso aconteceu? A quem? E como foi? Viste aquilo? Já leste o que ela escreveu não sei onde?
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Como ainda não tens, se já toda a gente tem? Não me digas que estás armado em probretanas. Tu és demasiado problemático. Fazia-te bem saires para descomprimires. Já estudaste tudo? E fizeste o trabalho que te pedi? E aquele projecto que é para entregar amanhã? Não vais ter teste daquela língua que estás a aprender por capricho, pois ninguém a fala neste país?
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Não queres vir viajar? Fazemos um cruzeiro. Não, um inter-rail. Não, vamos de avião. Podemos ir de carro, mas vai sair muito caro. Vamos onde? Aveiro, Xangai, Cidade do México, Londres, Entroncamento ou para a Bolívia? Nunca estive em África e vi um safari fixe para fazermos. Marcamos para quando?
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Porque é que não foste ao concerto? Vais à exposição daquele tipo da faculdade? Já foste à feira de obras de arte antigas? Temos de combinar algo no Museu do Oriente ou no CCB, logo se vê. Espera, nem sabes onde fui, ias adorar ter lá estado, era uma festa Rock-a-billy perto do Bacalhoeiro, que por sua vez tem uma exposição de um fotografo russo que tens de ir ver, e a festa foi genial, estava lá toda a gente. Vais estar na próxima festa dos Toca-a-rufar ou vais ver Freestyleira?
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Tanto tempo..... tão pouco tempo..... tanto para fazer, ver, ter, e nenhum tempo para fazer, ver, ter.
Consumo. Lixo. Cansaço Stress RepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetiçãoRepetição
domingo, 1 de fevereiro de 2009
Asi estoy
Dicen que por las noches no más se le iba en puro llorar;
dicen que no comía, no más se le iba en puro tomar.
Juran que el mismo cielo se estremecía al oír su llanto,
cómo sufrió por ella,
y hasta en su muerte la fue llamando:
Ay, ay, ay, ay, ay cantaba,
ay, ay, ay, ay, ay gemía,
Ay, ay, ay, ay, ay cantaba,
de pasión mortal moría.
Que una paloma triste muy de mañana
le va a cantara la casita sola con sus puertitas de par en par;
juran que esa paloma no es otra cosa más que su alma,
que todavía espera a que regrese la desdichada.
Cucurrucucú paloma,
cucurrucucú no llores.
Las piedras jamás, paloma,
¿qué van a saber de amores?
Cucurrucucú, cucurrucucú, cucurrucucú, cucurrucucú,cucurrucucú, paloma, ya no le llores.
by Caetano Veloso in Hable con Ella.
dicen que no comía, no más se le iba en puro tomar.
Juran que el mismo cielo se estremecía al oír su llanto,
cómo sufrió por ella,
y hasta en su muerte la fue llamando:
Ay, ay, ay, ay, ay cantaba,
ay, ay, ay, ay, ay gemía,
Ay, ay, ay, ay, ay cantaba,
de pasión mortal moría.
Que una paloma triste muy de mañana
le va a cantara la casita sola con sus puertitas de par en par;
juran que esa paloma no es otra cosa más que su alma,
que todavía espera a que regrese la desdichada.
Cucurrucucú paloma,
cucurrucucú no llores.
Las piedras jamás, paloma,
¿qué van a saber de amores?
Cucurrucucú, cucurrucucú, cucurrucucú, cucurrucucú,cucurrucucú, paloma, ya no le llores.
by Caetano Veloso in Hable con Ella.
a estranheza da loucura ou a loucura da estranheza
Conheçi uma pessoa estranha. Diariamente se isola, para executar as tarefas mais estranhas. Isola-se para pensar, para comer, para respirar, para passear, para conversar consigo e com algo superior a ele. Diariamente ao vê-lo, noto que está cada vez mais louco, falando sozinho, fazendo cálculos matemáticos, pensando em coisas estranhas, que não dariam satisfação ao maior dos génios.
Sinto uma enorme curiosidade ao ver a estranheza deste ser que se cruza na minha vida. A razão de se isolar tem a ver com um desejo que espera vir a concretizar.
A minha pergunta é porquê? Dou algum crédito aos professores, e ao facto de ter aprendido que por sermos humanos somos seres sociáveis. Porque razão nos havemos de isolar em tudo?
Penso nisso enquanto espero que a minha vida dê uma reviravolta. Espero nunca chegar ao extremo desta pessoa.
Sinto uma enorme curiosidade ao ver a estranheza deste ser que se cruza na minha vida. A razão de se isolar tem a ver com um desejo que espera vir a concretizar.
A minha pergunta é porquê? Dou algum crédito aos professores, e ao facto de ter aprendido que por sermos humanos somos seres sociáveis. Porque razão nos havemos de isolar em tudo?
Penso nisso enquanto espero que a minha vida dê uma reviravolta. Espero nunca chegar ao extremo desta pessoa.
sábado, 31 de janeiro de 2009
Tudo muda
No outro dia, uma amiga enquanto eu estava irrequieto porque queria sair para beber um copo, enquanto ela tinha de acabar um trabalho qualquer disse-me, "Vai à prateleira e tira um livro que aí está para crianças que se chama O que é a Felicidade?"
Assim fiz, levantei-me agarrei o livro, vi a capa e a contracapa. "Livro indicado para maiores de 7 anos", escrito por alguem no Norte da Europa, com ilustrações de alguem da Europa Central.
O que é a Felicidade? Vamos ver o que a autora nos diz.
Sou feliz quando tenho o quero.
Sim, mas... precisas de ter bens materiais para seres feliz?
Sim, mas... quando tens o que queres és feliz, ou pões imediatamente de lado esse bem para ires em busca de outro, na procura da felicidade?
Não, sou feliz também porque tenho uma casa.
Sim, mas... a felicidade é apenas estar abrigado?
Sim, mas... a tua casa tem tudo o que precisas?
Não, também tenho uma família.
Sim, mas... procuras ser feliz com outras pessoas fora da tua família, ou a tua família é tudo para ti?
Sim, mas... não existe mais ninguem no Mundo que te faça feliz?
E assim continuava. Acho engraçado ser para maiores de 7 anos. Muitas das coisas que perguntava este livro de perguntas com um capítulo final de explicação são dúvidas que todos temos, aos 7 aos 17, aos 27, aos 37, etc. O livro foi bastante perturbador para mim.
Começei a pensar sou feliz? Sim, acho que sim. Que fiz para ser feliz? Terminei o meu curso? ainda não. Faço sempre o que gosto? Não. Sou infeliz por isso? Não. Tento ser feliz ajudando os meus amigos? Sim. E ajudando outros? Também. Sou infeliz quando me gritam? Depende, às vezes mereço, outras vezes não têm razão para o fazer.
Já fui feliz? Então porque não o sou agora? E quando fui feliz dei valor a essa felicidade? Sim.
Tudo muda. Talvez há uns anos não gostasse tanto de sopa como gosto hoje. Raras são aos coisas que se mantêm uma vida inteira. Verdades axiomáticas, só na matemática.
Continuo, desde míudo, a não gostar de canja de perdiz e a adorar pôr groselha no leite frio ao pequeno-almoço. Felizmente, as coisas que me fazem feliz, ainda não mudaram!
Assim fiz, levantei-me agarrei o livro, vi a capa e a contracapa. "Livro indicado para maiores de 7 anos", escrito por alguem no Norte da Europa, com ilustrações de alguem da Europa Central.
O que é a Felicidade? Vamos ver o que a autora nos diz.
Sou feliz quando tenho o quero.
Sim, mas... precisas de ter bens materiais para seres feliz?
Sim, mas... quando tens o que queres és feliz, ou pões imediatamente de lado esse bem para ires em busca de outro, na procura da felicidade?
Não, sou feliz também porque tenho uma casa.
Sim, mas... a felicidade é apenas estar abrigado?
Sim, mas... a tua casa tem tudo o que precisas?
Não, também tenho uma família.
Sim, mas... procuras ser feliz com outras pessoas fora da tua família, ou a tua família é tudo para ti?
Sim, mas... não existe mais ninguem no Mundo que te faça feliz?
E assim continuava. Acho engraçado ser para maiores de 7 anos. Muitas das coisas que perguntava este livro de perguntas com um capítulo final de explicação são dúvidas que todos temos, aos 7 aos 17, aos 27, aos 37, etc. O livro foi bastante perturbador para mim.
Começei a pensar sou feliz? Sim, acho que sim. Que fiz para ser feliz? Terminei o meu curso? ainda não. Faço sempre o que gosto? Não. Sou infeliz por isso? Não. Tento ser feliz ajudando os meus amigos? Sim. E ajudando outros? Também. Sou infeliz quando me gritam? Depende, às vezes mereço, outras vezes não têm razão para o fazer.
Já fui feliz? Então porque não o sou agora? E quando fui feliz dei valor a essa felicidade? Sim.
Tudo muda. Talvez há uns anos não gostasse tanto de sopa como gosto hoje. Raras são aos coisas que se mantêm uma vida inteira. Verdades axiomáticas, só na matemática.
Continuo, desde míudo, a não gostar de canja de perdiz e a adorar pôr groselha no leite frio ao pequeno-almoço. Felizmente, as coisas que me fazem feliz, ainda não mudaram!
sexta-feira, 30 de janeiro de 2009
Com o peso, acabou por cair
"Podia ter-se formado por poeiras ou pólen no ar, ou dentro dum bar devido ao intenso fumo de tabaco, mas não. A solidão invadiu-me, e ela apoiou-me. Fugiu de mim, apareceu aos poucos no canto do meu olho, foi ganhando forma, e ficando cada vez maior, e com o peso acabou por cair. Noutros tempos as lágrimas que saiam eram felicidade, por momentos de euforia. Agora nem sei bem porque são. Talvez melancolia, porque são um misto de tristeza e felicidade. "
Anos mais tarde ao ler as mesmas palavras no diário que tinha escrito, riu-se como se de uma recordação engraçada se tratasse. No fundo sentia saudades daquele tempo. Porque se riu? Estaria melhor agora?
Anos mais tarde ao ler as mesmas palavras no diário que tinha escrito, riu-se como se de uma recordação engraçada se tratasse. No fundo sentia saudades daquele tempo. Porque se riu? Estaria melhor agora?
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